quinta-feira, outubro 6

Um conto...

À tempos e respondendo a um desafio colocado por outro blog, peguei no início de um conto e tentei acabá-lo e por isso agora o publico aqui...
O Início.. (pela Sutra)
Deambulava pelo alto da torre do castelo. A noite cerrada e ventosa fazia adivinhar uma tempestade como há muito não se via por aqueles montes.
Quem a visse de longe, julgaria estar um fantasma no castelo. Apenas se vislumbrava o seu vestido branco, que lhe roçava os calcanhares, balouçando ao sabor do vento que uivava pelas ameias. Os seus longos cabelos ruivos enrolavam-se no pescoço, fazendo-lhe cócegas no rosto.Sentia uma ansiedade no corpo, pela saudade que tinha dele. Havia partido há seis meses para terras longínquas e, apenas uma vez havia recebido uma carta sua, trazida por um mensageiro.
Que saudade tinha das noites quentes ao seu lado. Da boca macia passeando pelo seu corpo. Dos dedos que lhe acariciavam a pele. Do seu corpo que a invadia, poderoso, ciente do desejo que a fazia sentir e do prazer que lhe dava. Do rebolar nos lençóis de linho branco que, amarfanhados, denunciavam os orgasmos sentidos nas noites.
Ouviu os cascos de um cavalo e sentiu o coração palpitar. Ele estava a chegar. Sentia-o. O seu corpo adivinhava-o. Sentiu, mais do que ouviu, a voz que ditou a ordem para abrirem os portões e percebeu que ele entrava no pátio do castelo.
A minha contribuição...
Depressa os ecos da sua voz sentiram-se também no seu corpo, como que pequenos dedos percorrendo a sua pele macia e sedenta de não apenas um toque masculino, mas sim do seu toque...
Ao longe vislumbrava a sua figura imponente e o desejo aumentava a cada respiração que tomava e que se tornava cada vez mais descontrolada.
Apesar do seu desejo parecia que uma força a prendia ali, os seus pés não se moviam e apenas os seus olhos acompanhavam o movimento do seu desejado como que tentando atraí-lo para junto de si.
Pareceu uma eternidade apesar dos poucos minutos que ele demorou para subir à torre do castelo e se juntar a ela, estes seis meses de solidão e abstinência passaram-lhe em frente dos olhos sem que conseguisse fazer muito mais do que pestanejar, e o que mais desejava agora era recuperar todo o tempo perdido e reviver o calor dos seus corpos um junto ao outro fundindo-se num só...
Estão a um passo de distância e quase que conseguem cheirar o desejo mútuo, ele avança e dá um passo e sente-se a sua lingua quente percorrendo o seu pescoço, passando por detrás da orelha antes de se fundirem as duas num beijo quente de paixão e amor... O vestido, esse que apenas destapava os calcanhares, cai inerte sobre o chão à medida que ela puxa as alças do mesmo para o lado, e a única coisa que dantes estava destapada é a única que é agora coberta por ele.
Ao vislumbra-la nua não resiste e começa a percorrer o seu corpo com carícias e pequenos beijos soltos aqui e ali e que tornavam cada vez mais> intenso o cheiro do prazer que se antevinha. Cai sobre os seus joelhos e saboreia aquele sabor divino que tanto esperava e bebe do liquido proíbido da mulher que tanto desejou durante estes 6 meses de ausência, a sua mão que lhe percorre a coluna deixa antever um arrepio de prazer que a imobiliza e sussura-lhe ao ouvido "que saudades..."
As suas vestes vão caindo à medida que dão alguns passos em direcção a uma parede, ela queria também saborear um sabor já longiquo mas ainda tão presente na memória, sobre os seus joelhos toma-o na boca saboreando não sofregamente como o desejo pediria, mas lentamente, saboreando cada milímetro e cada gota daquele elixir que tanto a enloquece.
Finalmente os dois corpos unem-se num só, sentindo o calor das suas entranhas que antevêm os fluidos do desejo a escorrer pelos seus corpos e amam-se apaixonadamente sem tabus, pouco importados que os seus gemidos por esta altura ecoem por todo o castelo como espíritos num banquete carnal e de luxúria... suportado por amor que esperava à seis meses para se tornar físico.
Horas passaram-se de um pára e recomeça quando ambos deixam pousar os seus corpos cansados e saciados do prazer mútuo e adormecem abraçados num calor que nem a brisa da madrugada consegue separar...

2 comentários:

Tiago_e_Sofia disse...

Excelente!!!!
Para quando um livro???;)
Beijos

ODesejoMoraAqui disse...

Ainda não me sinto com capacidades e qualidades para tal e como o que faço gosto de deixar bem feito, fica lá mais para a frente, deixo à vossa disposição o desafio que faço sobre escreverem um conto para aqui...

Venha Divertir-se !!!

Esperam-te...